Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Sexta-feira, 13, mas, sem nada de azar, e com muitas estreias. São elas
a animação da Disney “Aviões”, o terror “Invocação do Mal”, o drama “Rush: No
Limite da Emoção”, o policial “Dose Dupla”, e o nacional “Boa Sorte, Meu Amor”,
na Sessão Cine Cult. Continuam em cartaz a cinebiografia “Jobs” (vejam na seção Filme da Semana), com
Ashton Kutcher, o thriller “O Ataque”, com Channing Tatum, a comédia nacional
“Casa da Mãe Joana 2”, e a interessante produção cearensês “Cine Holliúdy”. Nas
programações exclusivas, o Cinemark exibe a aventura “Os Instrumentos Mortais –
Cidade dos Ossos”, a comédia “Os Estagiários”, e o documentário “One Direction:
This is Us”, enquanto o Moviecom mantém “Percy Jackson e o Mar de Monstros”, e
o infantil “Os Smurfs 2”.
Estreia 1: “Aviões”
Dusty
(Dane Cook) é um avião que trabalha pulverizando plantações. Seu grande sonho é
participar de corridas internacionais, ao lado de alguns dos mais famosos
competidores, mas seu medo de altura e a própria composição da carroceria
impedem que esta vontade se torne realidade. Sabendo do sonho do amigo, Chug
(Brad Garrett) busca a ajuda de Skipper (Stacy Keach), um reservado avião que,
devido a um acidente no passado, não consegue mais voar. Após muita
insistência, Skipper aceita ser o mentor de Dusty nesta empreitada. A direção é
de Klay Hall. “Aviões” estreia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, e nas Salas 1 e 6 do Moviecom. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas,
exibição em 3D. (T. O.: “Planes”)
Estreia 2: “Invocação do Mal”
Harrisville,
Estados Unidos. Com sua família cada mais apavorada devido a fenômenos
sobrenaturais que a atormentam, Roger Perron (Ron Livinston) resolve chamar
dois demonologistas mundialmente conhecidos, Ed (Patrick Wilson) e Lorraine
(Vera Farmiga). O que eles não imaginavam era ter que enfrentar uma entidade
demoníaca poderosa, que demonstra ser a maior ameaça às suas carreiras. A
direção é de James Wan. “Invocação do Mal” estreia nesta sexta-feira, na Sala 2
do Cinemark, e na Sala 7 do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “The
Conjuring”)
Estreia 3: “Rush: No Limite da Emoção”
Anos 1970.
O mundo sexy e glamoroso da Fórmula 1 é mobilizado principalmente pela
rivalidade existente entre os pilotos Niki Lauda (Daniel Brühl) e James Hunt
(Chris Hemsworth). Eles possuíam características bem distintas: enquanto Lauda
era metódico e brilhante, Hunt adotava um estilo mais despojado, típico de um
playboy. A disputa entre os dois chegou ao seu auge em 1976, quando ambos
correram vários riscos dentro do cockpit para que pudesse se sagrar campeão
mundial de Fórmula 1. “Rush: No Limite da Emoção” estreia nesta sexta-feira, na
Sala 7 do Cinemark, e na Sala 4 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos.
(T. O.: “Rush”)
Estreia 4: “Dose Dupla”
Bobby
(Denzel Washington) e Stig (Mark Wahlberg), um agente especial e um perito em
inteligência militar, são contratados para roubar um banco. Logo, eles
descobrem que sua verdadeira tarefa é outra: eles devem investigar um ao outro.
Para piorar a situação, o mandante da tarefa é o mesmo banco que eles
pretendiam roubar. A direção é de Baltasar Kormákur. “Dose Dupla” estreia nesta
sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, e na
Sala 2 do Moviecom. Classificação indicativa
12 anos. Cópia dublada. (T. O.: “2 Guns”)
Estreia 5: “Boa Sorte, Meu Amor” – Sessão Cine Cult
Recife,
Pernambuco. Dirceu (Vinícius Zinn) tem 30 anos e vem de uma família aristocrata
do sertão nordestino. Ele trabalha em uma empresa de demolição, ajudando nas
diversas transformações que a cidade tem passado nos últimos anos. Ao encontrar
Maria (Christiana Ubach), uma estudante de música com alma de artista, ele
passa a sentir a urgência por mudanças em sua própria vida. A direção é de Daniel
Aragão. “Boa Sorte, Meu Amor” será exibido na terça-feira (17/9) e quinta-feira
(19/9), na Sala 4 do Cinemark, na sessão de
19h. Classificação indicativa 16 anos. (T.
O.: “Boa Sorte Meu Amor”)
Filme da Semana: “Jobs”
Os
meus queridos leitores certamente irão notar um toque saudosista nesta resenha,
assim como ocorreu na da semana passada. Mas, ao invés das memórias da
cidadezinha nordestina, o tema desta semana é a cinebiografia “Jobs”, que
retrata uma das figuras mais controvertidas do mundo dos negócios, e que teve o
seu nome perenemente associado à marca Apple, Steve Jobs.
É
bem provável que, para a maioria das pessoas, o nome de Jobs esteja associado à
presidência da Apple, o cara meio maluco que morreu de câncer, e que legou ao
mundo, entre outras coisas, o iPod e o iPhone. Bem, essas afirmações não deixam
de ser verdade, mas, o papel dele na indústria da informática e do
entretenimento foi bem mais profundo, a começar das suas próprias origens.
É
impossível um filme de hora e meia ser capaz de contar, não só a vida de uma
das figuras mais controversas da História recente, como também de descrever,
aos olhos do usuário de hoje, a revolução que foi a chegada do computador
pessoal.
Os
meus leitores me permitirão, mais uma vez, tentar fazer uma contextualização,
pois tive a rara oportunidade de vivenciar essa revolução – com certo atraso,
claro, porque o mundo dos anos 70 não era esse da comunicação instantânea que
existe hoje.
Para
que se tenha uma ideia, quando a Universidade Federal da Paraíba recebeu o seu
primeiro computador, no final dos anos 60, isso foi motivo de matéria em uma
revista de circulação nacional, com o sugestivo título “Paraíba entra na era da
computação”.
Quando
eu entrei naquela universidade, em 1975, a comunidade de informática estava
exultante, pois haviam conseguido dobrar a memória RAM do computador, passando
de 8k para 16k! Esse potente mainframe IBM 1130 ocupava uma grande sala, que
abrigava uma enorme CPU, leitora de cartões perfurados, unidade de fita
magnética, impressora de linha e até um disco rígido de 30 mega bytes.
Mas,
enquanto estávamos fazendo programas em Fortran e Cobol na universidade, uma
verdadeira revolução estava em andamento nos Estados Unidos. A fervilhante
indústria eletrônica já ultrapassara as gerações da válvula e do transístor,
oferecendo ao mundo o CI, ou circuito integrado. Isso empolgava o mundo dos lobistas,
em sua maioria jovens aficionados, que montavam circuitos sugeridos em revistas
ou lojas especializadas.
Dois
desses jovens que entraram de cabeça neste mundo foram os Steves, o Jobs
(Ashton Kutcher) e o Wozniak (Josh Gad), lançando o Apple-1, na verdade uma
placa-mãe para que o usuário final acrescentasse periféricos como um teclado e
uma tv para visualizar os comandos. Apesar de o gênio criativo ser Wozniak, foi
Jobs quem percebeu que havia um mercado muito mais promissor do que os jovens lobistas.
Eles deveriam oferecer um produto para as pessoas comuns, que não precisavam
saber nada de eletrônica!
Foi
daí que surgiu o mais bem sucedido projeto de um computador pessoal, o Apple-2,
com o aspecto de uma máquina de datilografia portátil, na verdade um gabinete
que abrigava fonte, placa-mãe e vários slots, para que o usuário configurasse a
sua própria máquina.
O
sucesso foi incrível, e fez a Apple virar uma mega empresa em pouquíssimo tempo,
gerando um número imenso de imitações e assemelhados, inclusive aqui no Brasil,
durante a época da Reserva de Mercado de Informática. Eu mesmo cheguei a
possuir uma destas cópias “genéricas”, o modelo TK-2000.
Com
o domínio do mercado de computadores pessoais, Jobs partiu para um projeto
ambicioso, o Lisa, que consumiria muitos milhões e obrigaria a direção da
empresa a retirar o projeto dele. Isso fez com que conhecesse o projeto do
Macintosh, que se tornou sua nova obsessão. O Macintosh foi revolucionário por
oferecer uma interface gráfica que nunca existira, com ícones e mouse, e que é
a cara de todo computador atual.
Devido
ao caráter obsessivo de Jobs, o Macintosh tornou-se um produto tão caro que
precipitou sua saída da empresa, e quase a leva à falência. Para se ter uma
ideia, uma unidade custava dez mil dólares, um valor absurdo para a época.
O
retorno de Jobs à Apple teve um valor simbólico, para a empresa e para o
mercado, e foi a oportunidade para que ele impusesse sua visão de produtos com
design bonito, com boa qualidade, mas onde tudo, hardware e software, ficasse
sob controle da empresa.
O
filme “Jobs” é bem fiel a todo esse período da vida de Jobs e da Apple, embora
tudo de forma bem sucinta. Ashton Kutcher se esforça para representar os
maneirismos do verdadeiro Jobs, embora sejam mais importantes os traços de
personalidade que foram retratados com razoável franqueza.
Egocêntrico
e dominador, Jobs impunha sua vontade com mão de ferro, gritando com os subordinados
sem a menor preocupação com regras de civilidade e boa convivência. Se fosse
hoje, ele teria denúncias diárias por assédio moral, mas, as regras não se
aplicavam para ele, que chegava descaradamente a estacionar na vaga de
deficiente, fato que é mostrado no filme.
Outros
lados obscuros dele também foram mostrados, como a rejeição à filha Lisa, o
fato de apoderar-se sem a menor cerimônia das ideias dos outros, e a absoluta
falta de lealdade com os primeiros colaboradores da Apple, que simplesmente
foram abandonados sem nenhuma retribuição.
Mas,
é inegável que sem o espírito visionário de Jobs, a Apple seria apenas mais uma
empresa de fundo de quintal, ao invés da empresa mais valiosa do mundo em 2012.
Ao apropriar-se de uma ideia alheia, ele conseguia transformá-la em um produto
final, mesmo que, para isso precisasse usar o que chamava de “distorção de
realidade”.
Embora
apresente fatos importantes e aspectos pessoais dessa figura conflitante, o
filme peca ao não mostrar a grande revolução que ele produziu ao lançar o iPod,
não somente pelo aparelhinho bonito que reproduzia músicas digitais, mas, a
implantação de toda uma infraestrutura de vendas, que uniu as gravadoras
através da poderosa loja de venda iTunes.
Outro
detalhe que foi deixado de lado, mas que foi critico para o mundo do
entretenimento foi a Pixar. Originalmente uma divisão da Lucasfilm, de George
Lucas, a empresa foi comprada por Jobs em 1986, que sabiamente deixou-a aos
cuidados de Edwin E. Catmull, e que se tornou a mais importante produtora de
filmes em computação gráfica, sendo comprada pela Disney em 2006.
Também
foi deixado de lado a doença e morte de Jobs devido a um câncer pancreático, em
2011, talvez porque poderia trazer um tom dramático que não convergiria com os
objetivos do filme. Seria difícil mostrar um egoísta carne-de-pescoço virando
um mártir bonzinho.
Na
verdade, com suas qualidades e defeitos próprios, Jobs foi uma pessoa que mudou
o curso da história do consumo de eletrônicos, revolucionando o uso do
computador pessoal e transformando aparelhos simples em objetos de desejo, capazes
de se tornarem símbolos de status social para seus possuidores.
Lançamentos em
DVD/Blu-Ray
“Um Alguém
Apaixonado”
Akiko
(Rin Takanashi) é uma jovem universitária que vive em uma grande cidade no
Japão. Um dia ela está ao lado de uma amiga em uma boate, quando um homem
(Denden) se aproxima dela e lhe pede que vá visitar um colega. Ela reluta a
princípio, dizendo que precisa encontrar sua avó que veio do interior, mas
acaba aceitando. Colocada em um táxi, ela segue em viagem tendo apenas um
endereço e um telefone, sem saber quem irá encontrar. É a primeira vez que o
aclamado diretor Abbas Kiarostami, de nacionalidade iraniana, realiza um
longa-metragem falado em japonês. O disco traz o filme com formato de tela
widescreen anamórfico e áudio em DD 5.1. (T.O.: “Like Someone in Love”).
“Amor em Pedaços”
Barcelona,
Espanha. Sun (Saras Gil) e Lucas (Marcel Borràs) estão em pleno intercâmbio
estudantil, com data marcada para voltar aos seus países daqui a 13 meses. Eles
se conhecem em agosto e, ao longo dos meses seguintes, vivem uma história de
amor. Entretanto, à medida que o tempo passa a história deles está mais perto
de chegar ao fim. Curiosidade: Treze alunos do Curso de Diretores de Cinema
decidiram juntar forças para fazer algo sem precedentes: realizar um longa
metragem entre eles. Cada um escreveu e dirigiu um dos 13 meses do amor de Sun
e Lucas. Disco com formato de tela widescreen e áudio DD 5.1. (T. O.: “Puzzled
Love”)
“Angie”
Angie
(Camilla Belle) é uma jovem artista brasileira que vive com a mãe (Christiane
Torloni), com quem tem um relacionamento desgastado. Um dia, ela resolve fazer
uma viagem pela Califórnia. Ao longo do caminho ela conhece e faz amizade com
Chuck (Andy Garcia), um andarilho que vive isolado, e o policial David (Colin
Egglesfield). Logo passa a trabalhar na lanchonete da prima de David (Juliette
Lewis), onde tenta resolver seus conflitos internos. Dirigido por Márcio
Garcia, o roteiro é de autoria da brasileira Julia Camara, que também assinou o
roteiro de “Área Q”. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e
áudio Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Open Road”)
“A
Lenda da Estátua Nua”
Na
Ilha de Hidra, Grécia, uma bela e humilde mulher, Phaedra (Sophia Loren), acha
submersa a estátua de um garoto sobre um golfinho. Se contar a localização da
estátua para Victor Parmalee (Clifton Webb), um rico americano que pretende
tirá-la do país clandestinamente, pois segundo as leis a relíquia não pode sair
de território grego, ela ganhará muito dinheiro. Mas existe um outro americano,
James Calder (Alan Ladd), que quer a localização do achado, pois acredita que a
estátua é de todos e ao povo pertence. Assim ela fica no dilema entre ser rica
ou patriota. O disco traz o filme com
formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0. (T. O.: “Boy on a Dolphin”)